Nedu Lopes acompanha a JAMBOX desde que ela nasceu, afinal, ninguém melhor que ele para falar de turntablism. Tri-Campeão brasileiro e vice-campeão mundial do Red Bull Thre3Style, Nedu completou 20 anos de carreira. A convite da JAMBOX, ele gravou 3 sets que percorrem as últimas décadas do Hip hop até os dias de hoje.
Aproveitamos pra bater um papo com ele sobre a vida de DJ, as mudanças do analógico para o digital e a nova geração de produtores do Hip hop.
JAMBOX – O seu primeiro set está voltado para a década de 90, logo quando você começou a tocar. Como era a sua relação com a música nessa época? Na sua seleção estão alguns dos clássicos que você já tocava naquela época?
Nedu Lopes – Minha relação com música começou de maneira totalmente passional e amadora. Meu interesse surgiu aos 14 anos, em 1989. Minha coleção de discos no início era praticamente toda de vinis piratas, porque eram bem mais acessíveis. Muitas dessas músicas que gravei neste set de 90’s eu toquei na época quando eram lançamentos. São músicas que marcaram essa fase da minha vida onde eu nem tinha certeza ainda que aquele hobby pudesse se tornar minha profissão um dia.
Foto: Rizza Bomfim
JAMBOX – O segundo set foi inspirado na década de 2000. Essa época influênciou a sua carreira? Já existiam softwares como traktor, serato? Conte-nos um pouco como era a vida do DJ.
Nedu Lopes – Na década de 2000 eu já era um DJ profissional. Muitas das músicas que coloquei neste set eu toquei como lançamento em vídeo clipe no Clube Fantasy, em BH, onde fui residente durante alguns anos. Paralelamente eu tocava também em festas particulares e na época já não comprava mais vinis com tanta frequência. O primeiro sistema de time code, o Final Scratch, ainda estava engatinhando, então durante um tempo usei CD players, até pela facilidade de conseguir as músicas na internet e gravar CDs. A grande maioria dos DJs que vieram do vinil na década de 90 tiveram que migrar para o CD muito a contra-gosto! Na segunda metade da década de 2000, quando o time code começou a se popularizar rapidamente, foi uma salvação pra quem sentia falta de usar toca-discos, como eu!
Foto: Rizza Bomfim
JAMBOX – Você acompanhou de perto toda a mudança do analógico para o digital no hip hop. Atualmente, percebemos que muitas sonoridades estão mais eletrônicas, como você encara todas essas mudanças? Se você pudesse produzir uma música com um produtor da atualidade, quem seria?
Nedu Lopes – Sempre toquei música eletrônica também, e gosto muito da fusão que rola hoje em dia do Hip Hop com estilos eletrônicos. Tem vários artistas atuais que curto e gostaria de produzir junto. Aqui no Brasil mesmo tem muitos. Mas para citar um gringo que curto muito, o RL Grime.
Ouça os sets que ele gravou:
90’s
2000’s
Fresh
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